A luz das 17h

A luz de domingo tava incrível, eu olhei as paredes e elas estavam iluminadas de tons rosados e eu pensei “de onde vem essa luz?” e a luz vinha de fora da janela, eu pensei comigo mesma ainda bem que a cidade muda de cor de vez em quando e eu dizia pras pessoas que estavam comigo gente olha essa luz e elas olhavam e voltavam pro que estavam fazendo e eu gente como assim, não dá pra abandonar essa luz! Fiquei ali um bom tempo olhando pra ela, pensando que todo mundo devia me achar uma tola falando o que falava e dando tanta atenção pra uma mudança comum no céu, mas é que naquele instante das 17h e eu não lembro em qual segundo foi, eu achei aquela luz a coisa mais incrível dos últimos dias que estavam tão despercebidos – passavam vagarosamente e eu fazia o que precisava fazer mas era como se não tivesse feito, eu saía da cama mas era como se não tivesse acordado, eu tomava banho mas era como se meu corpo não sentisse a mudança de temperatura da água – e aí, no dia mais improvável de felicidade humana, ela veio, no finalzinho da tarde: toda linda no céu e pintada de rosa. Fiquei boba, voltei a ficar boba.

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18 de julho de 2017 · 21:25

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